Te he observado espiar tras las
cortinas,
con la mirada perdida en algún
horizonte,
devorando a otras gentes tan indiferentes
que machacan veredas sólo por
costumbre.
He notado la inquietud de tus pupilas,
con manos crispadas por tanta
impotencia,
y un suspiro profundo empaño los
cristales,
sin poder destruirlos como hubieras
deseado.
Te he visto observar desde tu
fortaleza,
con frente sudorosa y aspecto cansino,
bebiendo la brisa que obsequia la
noche,
sin penas ni glorias, solo por
destino.
He descifrado de pronto tus dudas y
temores,
náufrago del llanto que abraza la
impaciencia,
soñando una isla sin tesoros ni
puertos,
y miles de gaviotas de incesante
vuelo.
Te he visto observar hacia mi ventana,
papel y lápiz en mano,
escribiéndome algo,
y dudé entonces si en verdad existías
o un gigantesco espejo pendía del
cielo.
ALGUÉM OBSERVANDO
Eu vi você espiar por trás das
cortinas,
com a mirada perdida em algum
horizonte,
devorando outras gentes tão
indiferentes
que esmagam veredas apenas por
costume.
E notei a inquietação das pupilas,
com mãos crispadas por tanta
impotencia,
e um suspiro profundo embaço os cristais,
sem poder destruí-los com teria
desejado.
Eu te vi observar desde tua fortaleza,
com a fronte suada e aspecto cansado,
bebendo a brisa que obsequia a noite,
sem pena nem glória, apenas por
destino.
Decifrei de repente tuas dúvidas e
temores,
náufrago do pranto que abraça a
impaciência,
sonhando uma ilha sem tesouros nem
portos,
e milhares de gaivotas de incesante
vôo.
Eu te vi olhar na direção de minha
janela,
papel e lápiz na mão, escrevendo-me
algo,
e duvidei então se em verdade existes
ou serias um colossal espelho pendurado
no céu.
© Gustavo M. Galliano
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